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MARCOS 16,16 E O BATISMO INFANTIL

MARCOS 16,16 E O BATISMO INFANTIL

 

            Proponho aqui uma breve reflexão bíblica sobre a doutrina do batismo infantil. Para tanto, terei como fonte inspiradora uma parte do livro “Diálogo”, de autoria do pastor metodista Joaquim Augustinho de Brito, escrito em setembro de 1991, em Piracicaba.

            Não existe um texto bíblico que negue o batismo às crianças. Contudo, o conhecido texto de Mc 16,16 é, freqüentemente, citado (fora de seu contexto) para este fim. Em parte alguma, a Bíblia autoriza-nos a considerar que a salvação de qualquer pessoa dependa do batismo que ela recebe. Nós não batizamos uma criança para salvá-la mas, sim, porque ela já é salva. Com ou sem batismo, o Reino dos Céus pertence a elas (Mc 10.13-16; Lc 18.15-17 e Mt 19.13-15).

Além disso, a parte final do versículo citado é contrária a esse uso indevido contra o batismo infantil e a todo o ensino bíblico sobre a posição da criança diante de Deus. Se só pode ser batizado quem crê e as crianças não tem direito ao batismo porque não crêem, em sua continuidade o versículo diz que são condenados todos os que não crêem (veja também Jo 3.18). Logo, seguindo esse raciocínio equivocado, todas as crianças inocentes, incapazes de crer, estariam condenadas (assim como pessoas adultas, mas com algum tipo de limitação mental que as impeça de crer)! Isso seria um enorme absurdo! A doutrina extraída de tudo o que nos diz a Bíblia sobre a criança é completamente outra. Jesus, por exemplo, além de ensinar que elas possuem o Reino dos Céus, mostra-nos (em Mt 18.2-5; Mc 9.33-37 e Lc 9.46-48) que devemos adquirir qualidades das crianças, se quisermos adentrar o Reino. Ora, se a criança não tem capacidade para entender sua fé, é um grande erro tentar basear nesse texto qualquer idéia contra o batismo infantil.

A criança não sabe o que está fazendo ao ser batizada e, por isso, quem decide por ela são os pais ou responsáveis. O fato de, quando adulta, a pessoa poder desviar-se da fé não é motivo para não batizarmos nosso filhos porque, nesse caso, não deveríamos batizar também os adultos, uma vez que não sabemos, antecipadamente, se permanecerão firmes ou não no Evangelho.

 

Com “fraternura”,

Rev. Marcos Rodrigues Lima

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